Primeiro, para os mais novos, vamos esclarecer o que significa FG numa chuteira. Uma chuteira FG é uma chuteira para terreno firme (do inglês "firm ground"), o que quer dizer que a chuteira está preparada para relva natural firme. Para terrenos moles (lama, chuva, etc.), existem as chuteiras SG ("soft ground"). Já para relva artificial, as marcas têm desenvolvido durante anos tecnologias específicas para as solas, adaptando-as aos campos de relva artificial, criando assim a sola AG ("artificial grass").
Por isso, vamos focar-nos nos aspetos-chave para explicar porque motivo não é totalmente recomendado utilizar solas FG em relva sintética e quais são as alternativas disponíveis.
Adaptabilidade
Focando-nos na adaptabilidade das solas ao campo, o que recomendamos é que, se jogares em relva artificial, utilizes chuteiras específicas para relva artificial, pois serão as mais adequadas. Contudo, para quem joga em campos mistos, ou seja, tanto em relva natural como artificial, existem chuteiras com solas combinadas FG/AG. Estas chuteiras combinam as características de ambas as solas e, portanto, são aptas para utilizar em ambos os tipos de campo. Temos várias opções, mas umas das mais recentes e que melhor respondem a esta situação são as chuteiras Puma Future.
A mistura de pitons semi-cónicos permite um excelente agarre em ambas as superfícies, e a tração em ambos os terrenos é muito boa. Mas, como se isto não fosse suficiente, a Puma também lançou a sola FG/AG para outro modelo de chuteiras, as chuteiras Puma Ultra.
Uma das trações mais agressivas do mercado, também adaptada para relva artificial, com micro-grãos na ponta que ajudam na máxima aceleração. Um grande acerto por parte da marca alemã.
Tração
Além da adaptabilidade, outro detalhe importante é a tração da sola nos campos. Uma sola FG oferece muito mais tração e penetra mais no campo do que uma chuteira AG. Num campo de relva natural, a força do pé ao penetrar no terreno tem continuidade na terra, mas num campo de relva artificial, onde não há terra por baixo, essa força é absorvida pelas articulações, o que pode causar pequenas lesões ou desconfortos desnecessários se o calçado não for adequado para o terreno de jogo.
Assim, por ser um campo mais rígido, recomenda-se uma tração menor, com uma passada menos agressiva. Desta forma, obtém-se o mesmo agarre sem riscos de lesões. Neste ponto, as versões AG da Nike são uma ótima alternativa, pois oferecem um excelente tração sem perder o espírito da sola, como se pode ver nos modelos AG das chuteiras Nike Mercurial.
Conclusões
Então, é possível jogar em relva artificial com uma sola FG? A resposta curta é não; a longa é: depende. Os campos de relva artificial evoluíram muito e, em campos de última geração, a passada e o agarre são praticamente idênticos aos de um terreno natural. Assim, pode-se jogar com uma sola FG sem notar grandes diferenças. Contudo, em campos normais de 1.ª e 2.ª geração de relva artificial, NÃO RECOMENDAMOS jogar com pitons FG, pois as chuteiras durarão muito menos e aumentará o risco de lesões. Nesses casos, opta por chuteiras AG, que certamente funcionarão muito bem.
E assim encerramos o debate. Já sabes: se queres jogar da melhor forma, escolhe corretamente a tua chuteira de acordo com o terreno de jogo habitual. Desta forma, não notarás diferenças entre modelos e as chuteiras também durarão muito mais tempo. E, caso ainda tenhas dúvidas, deixamos-te a guia definitiva sobre os tipos de solas para todos os campos de futebol da atualidade.