Em primeiro lugar, deixem-me partilhar uma reflexão. É importante deixar claro que cada passo, cada remate e cada salto afetam de maneira distinta o nosso material e, consequentemente, o nosso corpo (que é, no final das contas, o mais importante). Isto leva a que o rendimento geral afete de uma forma diferente cada pessoa e, claro, também as nossas chuteiras ou luvas.
Raúl González Blanco, ex-capitão da seleção espanhola e também do Real Madrid, comentou ao ver pela primeira vez um desses campos de relva artificial: “Daqui os miúdos vão sair parvos”, palavras literais da lenda madridista. Acredito que se referia à transição que os jogadores têm de fazer em campos e com materiais talvez não tão "top" como os de hoje em dia.
Borracha em campos de relva artificial:
Um material tão “incomodativo” e por vezes tão odiado por muitos pais e mães, quem nunca deixou pela casa um monte destas bolinhas? No entanto, é uma parte fundamental deste tipo de terrenos. A tendência é que vá desaparecendo gradualmente, já que nos campos de última geração deixou de estar presente, sendo substituído por outros materiais mais inovadores. Estas "bolinhas" têm várias funcionalidades:
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- Base: Além de dar mais consistência ao terreno, a borracha não é o único material presente no campo. Existe também uma espécie de sal que serve como base, equivalente ao barro ou à terra num campo de relva natural, oferecendo absorção e uniformidade.
- Amortecimento: Sem a borracha, simplesmente não haveria amortecimento e a bola não ressaltaria. Além de proporcionar o ressalto da bola (que por vezes é excessivo), a borracha também amortece as quedas, saltos e inúmeras ações em que essa absorção extra é necessária.
- Fluidez do movimento da bola: Se houvesse apenas as fibras da relva artificial, a bola não rolaria normalmente no campo. Em resumo, poderia parar a meio do movimento.
Limpeza e manutenção do material:
A abrasão provocada por este tipo de campos é evidente nos arranhões e queimaduras que sofremos, tanto no corpo como no nosso material. Para uma correta manutenção deste último, é essencial conhecer o tipo de material com que as chuteiras são feitas.
- Chuteiras de pele: Se se molharem, basta colocar um pouco de jornal dentro e deixá-las num local seco, sem exposição direta ao sol. Deve-se ter cuidado com os radiadores, pois secam muito a pele das chuteiras. Um bálsamo ocasional ajuda bastante. Quanto à limpeza, um pano com água é suficiente. Para remover as manchas pretas causadas pela borracha, o nosso spray de limpeza funciona muito bem. No entanto, aplica-o num local ao ar livre, na varanda ou na rua. Depois, esfrega com um pano seco, e as chuteiras ficarão impecáveis.
- Chuteiras sintéticas: Os passos são os mesmos para as chuteiras de pele, com uma vantagem: não necessitam de manutenção com bálsamos ou gorduras.
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E aqui está o tema que tantas vezes terás lido e ouvido: Que pitons devo usar neste tipo de campos? Os técnicos de produto da Fútbol Emotion fizeram um vídeo explicativo, aconselhando quais pitons escolher no momento de comprar chuteiras. E quem melhor que eles para explicar este "problema" que tanto te preocupa?
Vídeo explicativo:
Estas dúvidas continuarão a existir com o passar do tempo, pois sou da opinião de que, infelizmente, dentro de alguns anos o futuro do futebol passará pelos campos de relva artificial.
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