As chuteiras, como é lógico, são o produto estrela da Fútbol Emotion, assim como a frase mais repetida por vocês nas nossas redes sociais, e como fazemos religiosamente, explicamos todos os seus segredos, cada lançamento, para que sejam os primeiros a saber absolutamente tudo. Mas há ocasiões em que damos por garantido que vocês, o nosso público, são especialistas no assunto e muitas vezes esquecemos o mais simples. A seguir, vamos abrir virtualmente uma chuteira.
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Como são as partes de uma chuteira?
- Parte superior
- Interior
- Sola
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As chuteiras são, sem dúvida, o artigo mais complexo tecnologicamente de todos os que podemos encontrar no dia-a-dia de um futebolista. Mesmo as luvas de guarda-redes são um produto complicado de idealizar, produzir e lançar, mas nada se aproxima do produto estrela.
Desde os tempos em que as chuteiras Puma King ou as míticas e adoradas por muitos, como as chuteiras adidas Copa Mundial, dominavam o setor, com um equilíbrio justo entre qualidade, durabilidade e simplicidade, foi-se somando a complexidade exigida ao apostar na tecnologia. Prova disso são as antigas adidas Predator, e a revolução que causou ver nelas borrachas que davam efeito à bola de futebol ao serem rematadas; como este, há tantos momentos marcados na história do material de futebol devido a pequenos detalhes.
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Como normalmente faço, hoje, vou mostrar-vos novamente tudo o que uma chuteira abrange através das suas partes superiores, dos seus interiores e das suas solas. Através da soma destes elementos, surge como sinónimo um tipo de jogador.
1- Parte superior
A primeira das partes de uma chuteira ou sapatilha de futsal que nos faz apaixonar à primeira vista, seja pela sua estética ou pelas tecnologias que nela estão instaladas. É lógico dizer que não é a mesma coisa uma chuteira Nike, ou da marca alemã adidas, assim como, claro, da New Balance. O que elas têm em comum são os materiais com os quais são feitas; sejam chuteiras de tecido, com o Primeknit, Flyknit ou evoKnit, para nomear algumas, sejam chuteiras de pele, como as novas Nike Tiempo Legend VIII Elite, as Umbro Medusae 3 Elite, ou as famosas adidas Copa 20+, assim como de corte sintético, como as chuteiras Umbro Velocita V, ou outras da marca americana Nike Phantom Vision II. Todas, absolutamente todas, têm os mesmos materiais, chamados de mil maneiras, mas, no final das contas, são os mesmos.
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O que faz com que a parte superior de uma chuteira seja diferente de outra?
Resposta simples: a distribuição e os extras que se aplicam a essa parte superior; a forma que a marca quer dar ao nosso calçado. Um exemplo simples pode ser a chuteira adidas Predator 20 e os seus "picos" ao longo desta, que competem diretamente em forma e filosofia com a chuteira Puma Future 5.1, tornando-se chuteiras totalmente diferentes; chuteira de tecido, filosofia clara de remate, mas com uma parte superior diferente. Além disso, os extras que podemos observar ao longo do "upper", estruturas 3D, que se fundem diretamente com o material como se fosse um esqueleto; como vemos na chuteira Lotto Stadio 100. Isso, normalmente, as marcas propõem para que a sensação ao rematar a bola seja muito mais agradável, e assim, de passagem, possamos dar uma ligeira curvatura/efeito à bola.
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Qual é a melhor? A resposta está em cada pessoa que calça esta chuteira, pois irá adaptar-se a cada pessoa de forma diferente.
2- Interior
A estrutura da chuteira; o coração e o que dá sentido ao nosso calçado. Certamente, o conjunto de todas as partes é importante, mas sem um bom I&D e sem um bom design estrutural, a estética e os materiais não teriam sentido nenhum. Normalmente, as partes mais pronunciadas e mais repetidas nas lojas da Fútbol Emotion podem ser: Chuteiras com ou sem cordões. Tratando muito bem este tema, já não há desculpa para usar uma chuteira sem cordões. Há algum tempo, a adidas nos deu a oportunidade de adquirir a primeira chuteira sem cordões por 100€, um grande avanço em comparação com os altos preços das gamas mais altas.
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Outra das estruturas e interiores famosos são aqueles em que o "colarinho" é o protagonista, onde uma das mais destacadas é, sem dúvida, a chuteira Nike Mercurial Superfly, famosa por ser a chuteira de Cristiano Ronaldo. Esta parte, talvez, não seja tão necessária a nível funcional como a questão dos cordões, já que a compressão no pé é o seu único objetivo. Outro ponto importante que costumamos abordar são os contrafortes. Sejam internos, integrados entre a parte superior externa e a parte que acompanha o calcanhar, ou contrafortes externos, fundidos com a placa da sola. Estes são responsáveis por garantir que as rotações que fazemos, acelerações, paragens bruscas e até arranques sejam perfeitos, sem risco de lesão ou torção do pé (roll over) dentro da chuteira.
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3- Sola
A parte direta que vai entre o nosso corpo e o campo de futebol. IMPORTANTE: Seja qual for o material das vossas chuteiras, a gama, a estrutura, de nada serviria se não usássemos os pitons corretos para o tipo de campo onde normalmente jogamos. Há muitos anos que o futebol não é praticado em relva natural ou terra, pois hoje, as chuteiras para relva artificial são o presente e o futuro deste desporto.
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Este tema, já tratado inúmeras vezes, explicamos no nosso blog, onde os tipos de solas de chuteiras são o foco principal; não vos lesionar, o nosso objetivo com um rápido resumo:
* Solas SG (Soft Ground): As solas SG são aquelas que utilizam pitons de alumínio, seja na sua totalidade (com 6 pitons) ou combinadas com pitons de borracha (conhecidas como solas mistas). Estas solas devem ser usadas APENAS em RELVA NATURAL molhada, muito húmida ou em lama.
* Solas FG (Firm Ground): As solas FG são as mais comuns, com as quais competem a maioria dos jogadores, formadas por 11 a 14 pitons de borracha com diferentes formas e comprimentos dependendo do que se quer reforçar a velocidade, a rotação ou o conforto. Devem ser usadas APENAS em RELVA NATURAL seca ou, no caso, algo húmida.
* Solas AG (Artificial Grass): Aqui, as solas que mais evoluíram nos últimos anos. As solas AG são formadas por pitons de borracha e devem ser usadas em RELVA ARTIFICIAL. Atualmente, as marcas estão a trabalhar para adaptar as suas solas às diferentes gerações de relva artificial, já que a 1ª geração de relva artificial é considerada tapete sintético, a 2ª tem é muito curta e a 3ª é a que mais se assemelha a um campo de relva natural.
* Solas TF (Turf): As solas TURF, também conhecidas como solas multi-pitons, são solas desenhadas para serem usadas em tapete sintético, CIMENTO E TERRA seca, ou seja, em superfícies abrasivas.
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Como escolher chuteiras:
Soma os três fatores: material, interior e, dependendo do tipo de relva onde jogas, resultará num perfil de chuteira. Guia-te pelo conforto e pela sua funcionalidade. A gama alta não é necessariamente a melhor nem a mais indicada, pois cada pessoa tem as suas necessidades, limitações e gostos.
Fazemos tudo isto para que tanto vocês como nós possamos fazer uma escolha acertada, como podem ver no nosso recomendador de chuteiras.