O Real Madrid, na semana passada, viveu uma situação nova: Jogar em relvado artificial. O impressionante Estádio Luzhnikí e o seu anfitrião, CSKA de Moscovo, recebiam o Real Madrid para jogar os oitavos de final da Liga dos Campeões.
A relva artificial tem sofrido uma evolução brutal nos últimos anos.
Quem jogou nos anos 90, quando esta superfície começou a popularizar-se, sabe que, há 20 anos, jogar em artificial era uma péssima notícia. Atualmente, a superfície sintética sobre a qual se joga futebol não tem nada a ver com as antigas. Na verdade, muitos amadores ou jogadores de categorias de base preferem jogar na nova relva artificial do que em relva natural: menos roupa para lavar, menos campos em mau estado no inverno, menos manutenção para os clubes...
Mas... Quais foram as três etapas desta evolução?
Etapa 1: Desde a década de 90, onde todos os campos artificiais eram de tapete sintético com uma camada de pó branco muito grossa por cima, que até erodia o kevlar.
Etapa 2: Uns anos depois, sobre esse mesmo relvado, substituiu-se a areia branca por borracha, dando origem à conhecida 2ª geração de relva artificial.
Etapa 3: E, há relativamente pouco tempo, surgiu a 3ª geração de relva artificial. Aumenta-se o comprimento da relva para evitar qualquer possibilidade de erosão e melhora-se o substrato interno para amortecer as passadas e as quedas, melhorar o ressalto da bola e a drenagem da água. A borracha quase não se vê e a estética e as sensações são já semelhantes à relva natural. O melhor exemplo desta relva artificial é o sistema patenteado Field Turf:
Este tipo de relva é a utilizada no Estádio Luzhnikí, em Moscovo, onde o Real Madrid jogou na semana passada o jogo dos oitavos de final da Liga dos Campeões. A UEFA aprovou esta relva para competições de mais alto nível. Atualmente, falta apenas que a FIFA se atreva a jogar um Mundial sobre esta superfície:
Mas, do jogo da semana passada, houve algo que me chamou especialmente a atenção. Há um jogador do Real Madrid que, seja em jogo ou em treino, usa chuteiras mistas: Cristiano Ronaldo.
Como todos sabem, Cristiano Ronaldo tem utilizado as novas Mercurial Vapor VIII há várias semanas, umas chuteiras que serão lançadas nas próximas semanas. Por isso, a Nike "disfarça" as novas chuteiras como as Mercurial Vapor VII, para que CR7 possa competir já com elas:
Ao chegar e ver a relva artificial de última geração, Cristiano treinou no dia anterior com a nova sola mista da Nike. Esta sola mista foi incorporada de série nas Mercurial Vapor VIII, por pedido expresso do jogador português:
Os jogadores profissionais especializam-se tanto que é muito difícil fazê-los mudar... E ainda mais para num jogo de tal importância. Assim sendo, com a aprovação do árbitro (surpreendente, pois na 3ª geração não se permite pitons de alumínio em relvado sintético sob nenhum pretexto), Cristiano Ronaldo disputou um jogo da Liga dos Campeões sobre relva artificial, usando umas chuteiras com pitons mistos:
Nesta imagem, pode-se ver perfeitamente a borracha a saltar ao deslizar a chuteira sobre a superfície:
Devemos começar a preparar-nos, pois a relva artificial está a ser introduzida no futebol profissional e, dentro de pouco, os campos de relva natural serão algo do passado. Por isso, acredito firmemente que as marcas já estão a trabalhar nisso. Atualmente, a norma é que as solas AG sejam montadas sobre chuteiras de gama média, mas em poucos anos as chuteiras específicas para relva artificial serão os modelos de elite.
