São realmente necessários tantos modelos diferentes e sobretudo com diferentes solas, ou é uma estratégia de Marketing muito bem conseguida pelas marcas?!
O que é inegável é a evolução das botas e a sua especialização ao longo dos tempos, o aparecimento dos relvados sintéticos, a evolução dos mesmos, tudo o que rodeia o Futebol é muito mais que o próprio jogo em si.
Existem três principais solas de chuteiras que são comuns a todas as marcas, e normalmente estão catalogadas através de siglas. Estas siglas estão sempre presentes no nome do modelo, na caixa e muitas vezes também impressas na sola.
Falamos de SG, FG e AG principalmente.
Vamos pouco a pouco analisando cada uma delas para tentar perceber se faz sentido existirem tantas diferenças ou é puro capricho. A sola SG (Soft Ground), como o próprio nome indica está pensada para ser utilizada em terrenos "moles", "fofos" e também ela tem vindo a sofrer algumas alterações, passou dos tradicionais 6 pitons em alumÃnio até ao que chamamos agora de "sola mista" que combinam os pitons de borracha com os de alumÃnio.
Todos os tipos de sola são excelentes quando utilizados na superfÃcie correcta, assim que este tipo especificamente é apenas para relva natural, e nenhum outro tipo de superfÃcie, além de as chuteiras sofrerem muito maior desgaste e ser considerada uma utilização inadequada e automáticamente "deitar-mos ao lixo a garantia" as consequências para os jogador podem ser muito graves ao nÃvel fÃsico aumentando seriamente o risco de lesão, principalmente ao nÃvel da articulação do joelho.
Assim que SG é para ser utilizado em relva natural e pricipalmente quando está molhada já que garante excelente tração nestas condições.
Outra das questões que muitas vezes colocam é se podemos mudar os pitons das chuteiras SG.
Efectivamente essa opção existe já que os pitons de aluminio estão enroscados à sola, mas o grande objectivo deste sistema, nunca foi a "customização" das chuteiras mas sim potenciar a durabilidade das mesmas, já que o aluminio pode deformar-se e poderia desgastar-se antes que a própria bota em si.
Temos que perceber que umas chuteiras con pitons de aluminio têm uma construção diferente, altura de pitões diferente, e qualquer alteração que façamos poderá por em risco a sua correcta utilização.
Assim que concluindo,
SG - RELVA NATURAL
A sola FG (Firm Ground), também é uma sola exclusivamente fabricada para relva natural e é a que mais dúvidas suscita já que à falta de alternativas foi durante muito tempo a utilizada nos sintéticos. Mas se analisarmos a sua configuração da sola FG, bem como a construção da chuteira em si, facilmente podemos chegar à conclusão que não são as mais adequadas para um terreno sintético.
A altura dos pitões está pensada para que possa perfurar a relva natural e garantir tração em qualquer direcção, facto que seria impossÃvel num relvado artificial, já que o seu enchimento não é terra, pricipalmente nos de última geração que têm as famosas e incómodas "bolinhas pretas" que servem sobretudo para manter as fibras de relva sintéticas para cima e garantir uma maior permeabilidade do terreno.
FG - RELVA NATURAL
Devo referir que o risco de lesão também aumenta se utilizarmos este tipo de chuteiras e o cansaço e impacto sufridos também aumentam.
Outro aspecto importante é a durabilidade, já que é recorrente uma chuteira de relva natural ao ser utilzada em sintético abrir por completo na ponta e as marcas tendo agora opções especificas para cada terreno de jogo, a partir do momento que lhes damos uma utilização inadequada, uma vez mais "garantia para o lixo".
Com a aposta clara na modernização do desporto e nas condições para prática do mesmo, vemos um pais inundado de campos de relva artificial em substituição da relva natural e do "pelado", uma opção de manutenção mais barata e com a qualidade suficiente e uniformidade do terreno para uma excelente prática da modalidade e potenciar ainda mais a formação dentro dos clubes.
Existem várias gerações de relva artificial, facilmente diferenciadas pela altura da relva o enchimento, resumidamente a 1ª geração encontramos normalmente em campos de recreação o "indors" e é a apelidade de "alcatifa", muito pouca altura e com areia como enchimento. A 2ª geração tem já uma relva mais alta e um enchimento em areia, não teve grande sucesso já que rapidamente foi substituÃda pela 3ª geração e mais comum com uma altura de relva parecida à relva natural com enchimento em borracha.
Desta forma a necessidade estava criada, um terreno mais duro, com caracterÃsticas diferentes, "obriga" à criação de chuteiras especificas para ele e para que os jogadores possam continuar a ter o máximo rendimento.
AG - ARTIFICAL GRASS/GROUND
Como facilmente podemos ver existem diferenças entre as solas de cada marca como existem nas solas FG, mas o que é comum é que apresentam uma altura de pitons mais baixa, uma maior quantidade e são perfurados.
Altura mais baixa já que não há a mesma perfuração que na relva natural e garante assim maior tração, maior quantidade de pitons para maior estabilidade e apoio e perfuração dos mesmos tanto para leveza como para "agarrar" o enchimento do relvado do sintético e ter as melhores condições de arranque, rotação e apoio.
Muitas das vezes os materiais utilizados no resto das chuteiras também é diferente e mais resistente já que é um terreno mais abrasivo, mas isso deixamos para um outro post.
De referir que existem outras solas no mercado como TF (TURF) que é o ideal para o sintético de 1ª geração e a tendência do reaparecimento da sola MG (mutiground) que também lhe vou dar alguma atenção especial.
As solas MG voltaram a aparecer pela mão tanto da Nike como da Puma por forma a dar a possibilidade de o atleta, principalmente os mais jovens, ter a uma opção mais polivalente.
Aumentam o número de pitons à semelhança da sola Turf mas posicionam-se ao nÃvel de altura como mais baixos que os FG mas mais altos que os TF, o que permite pela sua estabilidade e caracterÃsticas, sua utilização em campos de relva natural, terra e artificial. De referir que em terrenos molhados poderá perder alguma estabilidade, resumindo o relvado natural seria onde menor rendimento teria.
Resumindo e concluindo, "o seu a seu dono":
SG - RELVA NATURAL (PRINCIPALMENTE MOLHADA)
FG - RELVA NATURAL SECA
AG - RELVA ARTIFICIAL
MG - RELVA NATURAL, TERRA E RELVA ARTIFICIAL
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