Top 10 inovações no futebol

Desde o recente regresso deste modelo há pouco mais de dois meses, muitas opiniões coincidem em que deixou de ser uma Predator. Vamos até 1994, quando a Predator surgiu como uma chuteira alternativa; a adidas lançou um modelo que revolucionaria o conceito de chuteira de couro que existia desde os primórdios do futebol, implementando tecnologias nas “armas” dos futebolistas de todo o mundo. Na altura, a nova ideia da marca alemã foi vista como um erro. De facto, poucos foram os futebolistas que decidiram dar o passo para uma chuteira inovadora, e alguns anos depois, graças às mudanças geradas na altura, tornou-se um verdadeiro símbolo no mundo do futebol. Fico com uma frase retirada do post sobre as novas Predator 18, escrita pelo especialista em produto Pedro Mayo: “Estou convencido de que sem a Predator muitas das chuteiras atuais não existiriam. Quem sabe se ainda estaríamos a usar as chuteiras de couro com língua reversível de quase meio quilo!”

Uma vida paralela vive hoje em dia o novo lançamento da Nike Mercurial Vapor 360, que, com quase uma semana de “vida”, gerou uma grande diversidade de opiniões sobre se é ou não realmente uma chuteira digna de ser chamada Vapor. Mais uma vez, recuamos no tempo, desta vez até 1998, quando estávamos à porta do Mundial de França, e a marca americana Nike teve a brilhante ideia de oferecer à sua estrela, Ronaldo Nazário, uma chuteira exclusiva, a famosa e venerada “R9”. Na altura, Ronaldo era fã de chuteiras de pele e a Nike sabia disso, mas, mesmo assim, achou que era o momento de inovar e dar um passo em frente, criando uma chuteira sintética. Algo normal hoje em dia, mas na altura parecia quase um pecado que as chuteiras não fossem de pele. A curiosidade é que a Nike manteve em segredo até ao fim do campeonato o material com o qual as chuteiras do craque brasileiro foram feitas. Desde então, Ronaldo aceitou e adorou a mudança, tal como a maioria das pessoas. A mudança que a Nike fez, de passar de uma chuteira de pele para uma sintética, é a mesma que vemos hoje em dia com a transição do Teijin para o Flyknit.

 

Sim, tal como leem, a Joma, como muitos de vocês sabem, foi a primeira marca a mostrar ao mundo uma chuteira colorida. Parece algo habitual e fácil, mas está bem longe da realidade. Muitas pessoas ficaram surpreendidas quando viram pela primeira vez Alfonso com umas chuteiras que não eram pretas. Na verdade, como deve ter acontecido com muitos, durante bastante tempo houve treinadores que proibiam os seus jogadores de usar chuteiras que não fossem pretas. Hoje em dia, o curioso talvez seja ver um jogador com chuteiras pretas.

Possivelmente, a grande revolução desta lista. Foi gerada grande controvérsia em torno deste novo sistema de “olho de águia” no futebol moderno. O VAR estreou-se com alguma polémica em dezembro, no passado Mundial de Clubes, e voltou a aparecer no radar dos espectadores, jogadores, treinadores e dirigentes do futebol mundial. Algo que, à partida, ajuda na resolução de jogadas determinantes, mas há jogadores que não acharam uma boa ideia; Noureddine Ambrabat, um dos grandes protagonistas do jogo contra a seleção espanhola na fase de grupos do Mundial da Rússia 2018, dirigiu-se à câmara no final do jogo com uma frase contundente: "VAR is bullshit" (o VAR é uma porcaria, em inglês). Esta nova forma de ajudar os árbitros pode não agradar a todos os fãs, mas, sem dúvida, é uma forma de garantir que o jogo seja totalmente justo e legal.

O futebol atual deixou de ser apenas para simples desportistas, agora temos diante de nós verdadeiros atletas. Absolutamente tudo é analisado e estudado no futebol contemporâneo, e um exemplo disso são os GPS. Com este objetivo, surgiram os coletes GPS, que podemos ver nas pré-épocas em alguns jogadores, que usam uma espécie de “sutiã-colete”. Embora, inicialmente, os jogadores tenham manifestado que eram desconfortáveis de usar, com o tempo tem-se visto que os dados que eles fornecem aos jogadores são de grande ajuda, não só para melhorar o rendimento, mas também para ajudar na prevenção de lesões ou problemas cardíacos.

  

Antigamente, e embora nos pareça estranho hoje em dia, a FIFA não implementou as substituições até ao Mundial do México de 1970. Fez isso como resposta às modificações que vinham acontecendo no futebol europeu neste sentido. A primeira substituição de que se tem conhecimento aconteceu na Alemanha, em 1953, com o jogador Horst Eckel como protagonista. Até então, nem sequer era possível substituir um jogador por lesão, mesmo que fosse o guarda-redes.

Mais uma vez, um jogo da seleção espanhola, protagonizado de forma histórica. Pois é, o jogo de oitavos de final entre Espanha e Rússia ficará para a história como o primeiro jogo em que ocorreu uma quarta substituição. Acreditamos que esta é uma regra positiva, pois ajudará na prevenção de lesões musculares, óbvias lesões ósseas e até mesmo lesões cardíacas.

  

Em 2014, com o Mundial do Brasil, a Nike apresentou umas chuteiras, no mínimo, estranhas, ou pelo menos era o que a maioria das pessoas pensava. As chuteiras com meias e feitas com tecido surgiram em destaque, e as críticas, como: “essa meia não serve para nada!” ou “vai romper!”, eram o pão nosso de cada dia para quem trabalha nesta área. Outro dos acontecimentos foi a mudança de geração que a adidas fez com acerto em 2015, eliminando modelos tão míticos como F50 e Predator, para dar lugar aos novos ACE e X. Na altura, uma chuva de críticas caiu sobre a marca alemã. Claro que não posso deixar de mencionar as chuteiras sem cordões, tão cotadas hoje em dia e tão desprezadas nos seus inícios.

Nada tem a ver com as chuteiras, mas até aqui as pessoas foram muito críticas quando os nossos colegas responsáveis pela marca SP decidiram fazer uma alteração no símbolo da marca de luvas espanhola. Comentários como: “Já não será o mesmo!” ou “Esse símbolo não é o original!” surgiram nas redes sociais. Hoje em dia, as pessoas associam perfeitamente o que o símbolo SP representa.

As reações às mudanças podem ser intermináveis no mundo do futebol. Temos que reconhecer que nos custa aceitá-las, porque qualquer mudança, por mais pequena que seja, implica uma renúncia, uma perda, e numa grande proporção, elas são sempre para melhorar. Importante ter a mente aberta e dar oportunidade às ideias que as marcas possam trazer no futuro, pois, geralmente, elas não se enganam e, pouco tempo depois, as pessoas acabam por se habituar a elas.